Conhecendo os níveis de escrita dos alunos do 1°ano
A professora do 1° ano utiliza o método fonológico
para alfabetizar os alunos. Esse método também é conhecido como método das
“Boquinhas”. Durante as atividades em aula a professora sempre questiona os
alunos sobre como deve ser a escrita das palavras, ao escrever no quadro ela
sempre vira-se de frente para os alunos para que eles possam visualizar a boca
ao falar o som das letras.
Com esse método os alunos podem criar hipóteses e
refletir sobre a estrutura das palavras, mas é preciso que haja muita atenção e
concentração por parte dos alunos para que tenha entendimento. De acordo com
Piccoli e Camini (2002) as crianças aprendem de modos diferentes,
algumas aprendem de forma auditiva, pois conseguem prestar atenção no que a
professora fala, outras aprendem de forma visual, precisam de estímulos visuais
para que possam se concentrar e assimilar. Outras crianças necessitam de
recurso para manipular, são aquelas que tem mais dificuldade de concentração, necessitando
de objetos para manusear e aprender de forma corporal.
Percebe-se que os alunos são muito agitados e conversam em todos os momentos da aula, dessa forma não conseguem se concentrar na aula e na aprendizagem. Isso atrapalha bastante o rendimento da turma no geral, pois muitos alunos ainda não conhecem ou trocam os nomes e sons das letras. Para Piccoli e Camini (2002) as crianças dão sinais de quando estão cansadas ou entediada da mesma atividade. Por isso é preciso que a professora conheça a sua turma e tenha sensibilidade ao planejar de modo que possa propor atividades diferenciadas e dinâmicas, assim tornando as aulas mais atraentes para os alunos.
O método utilizado pela professora é eficaz, mas como já foi citado anteriormente precisa que os alunos fiquem atentos. Para isso é necessário uma proposta que envolva os alunos para que aprendam primeiramente a ouvir para que assim possam assimilar.
Durante as aulas alguns
alunos demonstram estar aprendendo e fazem associações. Uma aluna associou as
iniciais do seu nome (Dioseni) com a palavra rádio. Os alunos que estão no
nível de escrita silábico conseguem fazer esses tipos de associações entre
sílabas e conseguem escrever palavras curtas com sílabas simples.
A turma do 1°ano é composta por vinte e um alunos. Destes alunos, treze deles encontram-se no nível de escrita silábico, outros sete estão no nível de escrita silábico alfabético, estes já escrevem com mais autonomia e se autorizam ao erro, pois os que estão no nível silábico fazem queixas e dizem que não sabem e não fazem tentativas, eles querem respostas prontas sem que tenham que pensar em possibilidades para a escrita das palavras. Na turma também há uma aluna que está no nível pré-silabico, ela não sabe distinguir o que são letras e o que são números e quando solicitada para escrever algo ela apenas faz rabiscos e garatujas, ela não reconhece nem sequer as letras do nome dela e também parece não se reconhecer quanto ao seu gênero e lugar que ocupa no espaço.
A evolução dos alunos perante os níveis de escrita
não é algo linear, pois cada criança precisa de um tempo diferente para
alcançar cada nível de escrita. Durante esse processo de aquisição da língua
escrita pode acontecer avanços e regressões. De acordo com Piccoli e Camini
(2002), as crianças podem oscilar entre os quatro níveis e também pode
acontecer de evoluir do primeiro para o último, sem passar pelos níveis
intermediários.
Referências:
PICCOLI, Luciana; Camini, Patrícia. Práticas
pedagógicas em ALFABETIZAÇÃO: espaço, tempo e corporeidade. Erechim: Edelbra,
2012.